4 de novembro de 2010

O blogue do Movimento por Marvão


O Blogue do Movimento por Marvão, utilizado durante a campanha eleitoral para as eleições autárquicas de 2009, como diário de campanha, foi agora adaptado para se transformar no principal veículo de informação e debate do MporM.

A todos e todas, desafiamos para que contribuam para a sua dinamização, através de ideias, propostas e comentários que possam ajudar a elevar o nível de discussão social, cultural e política no Concelho de Marvão.

Este blogue estará aberto à participação de todos e todas, com excepção para os comentários anónimos e todos os comentários que tenham um conteúdo ofensivo.

Vamos então construir em conjunto o blogue do Movimento por Marvão.

16 de setembro de 2010

Filhos e amigos ilustres de Marvão homenageados pelo Município


A 8 de Setembro de 2010, conforme noticias dos Jornais "Alto Alentejo" e "Jornal Fonte Nova", foram homenageados pelo Município de Marvão, Jeremias da Conceição Dias (a título póstumo), o Arquitecto Nuno Teotónio Pereira e o Jorge Anselmo.

Aos homenageados e às suas famílias o Movimento por Marvão apresenta votos de parabéns pelo reconhecimento de que foram alvo.

Jornal Alto Alentejo de 15 Setembro de 2010

Jornal Fonte Nova de 11 de Setembro de 2010, n.º 1778

9 de setembro de 2010

Arquitecto Nuno Teotónio Pereira homenageado pela Câmara Municipal de Marvão (2)

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Para a história desta homenagem, que o Movimento por Marvão saúda, pela sua importância e oportunidade, deixamos aqui a intervenção do arquitecto Nuno Teotónio Pereira, que na ocasião foi lida pelo seu neto, Tiago Pereira.


"Exmo. Sr. Presidente da Assembleia Municipal,
Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal,
Exmos. Deputados Municipais,
Exmos. Membros do Executivo,
Caros Munícipes,

A Câmara Municipal de Marvão entendeu por bem atribuir-me a Medalha de Mérito, alegando o meu “contributo na divulgação do concelho de Marvão”.

Tendo nascido em Lisboa, desde jovem me interessei por entender Portugal, sobretudo a partir da minha profissão de arquitecto, que me levou a procurar conhecer os monumentos e as regiões mais notáveis e, muitas vezes, menos divulgadas. Foi neste contexto que descobri Marvão, nos anos 60 do século passado, após uma subida penosa por uma estrada muita sinuosa e esburacada, tendo ficado deslumbrado pelo seu conjunto monumental integrado numa magnífica paisagem. O que me fascinou especialmente foi a vila medieval encimando uma cumeada surpreendente e muito bem aconchegada na encosta.

De tal maneira ficámos apaixonados pelo lugar, que em 1966 eu e minha mulher acabámos por aí comprar uma casa para passarmos as férias, numa altura em que foi já mais suave a subida da encosta, visto ter sido recuperada aquela estrada, a qual ficou conhecida como a estrada do Jeremias, fruto do seu empenho na sua recuperação. Esta casa serviria igualmente de ponto de encontro e de estadia a numerosos amigos que, também eles, tiveram a oportunidade de aprofundar a sua relação com a região.

Foi nessa altura que a casa de Marvão serviu como ponto de apoio para actividades em que ambos estivemos envolvidos, no âmbito do combate à ditadura salazarista. A esse propósito, foi-me mais tarde relatado por um elemento da GNR que, se algum carro estacionasse com alguma demora à nossa porta, deveria ser enviado um sinal para a PIDE de Portalegre, utilizando a seguinte expressão: “chegou a encomenda!”, sendo que pouco depois um carro dessa corporação estacionava junto da casa com o fim de identificar os visitantes.

Pela mesma época, tirando partido do conhecimento que tínhamos das redondezas e das rotas utilizadas no contrabando, organizámos várias fugas de jovens mobilizados para a guerra colonial que decidiam sair do país clandestinamente. Juntamente com os nossos filhos, para dar um aspecto de passeio, rumávamos por um caminho estreito até à localidade fronteiriça de La Fontañera, onde uma antiga ponte de pedra possibilitava o atravessamento do rio Sever, que demarcava a fronteira; entretanto, um carro de algum amigo atravessava legalmente a fronteira, indo recolher os fugitivos pelo lado espanhol e conduzindo-os até à cidade mais próxima servida por transportes colectivos, que eles livremente tomavam, na direcção da fronteira francesa.

Mais tarde, fui encarregado de fazer os planos de urbanização de Castelo de Vide e Póvoa e Meadas, o que me levou, durante alguns anos, a utilizar a casa de Marvão com bastante frequência. Estas deslocações, somando-se às estadias nas férias grandes, levaram-me a tecer laços fortes com o concelho e os seus habitantes; também as aproveitava para levar comigo pessoas amigas a quem, com frequência, emprestava a casa para períodos de férias; para todas essas pessoas, Marvão passou a ser uma referência.

Foi neste quadro que fiz parte, em 1969, da lista da CDE (Comissão Democrática Eleitoral) nas eleições para a Assembleia Nacional, pelo círculo de Portalegre. Tendo tentado entregar as assinaturas necessárias para o efeito, foi-nos barrado o acesso ao Governo Civil de Portalegre por já passarem 30 minutos da hora estabelecida. Este atraso ficou a dever-se ao facto de uma grande parte das pessoas abordadas, apesar de algumas serem conhecidas por oposicionistas, terem tido receio de colocar na lista o respectivo nome. Apesar deste fracasso, procurámos, aproveitando as liberdades concedidas durante esse período, desenvolver uma activa campanha contra o regime ditatorial. Em 1975, fui cabeça de lista do Movimento de Esquerda Socialista (MES) nas eleições para a Assembleia Constituinte, no distrito de Portalegre, e, anos mais tarde, mandatário do Bloco de Esquerda em eleições legislativas. Actualmente, sou filiado no PS.

De então para cá, sempre tenho estado ligado a Marvão, dado que a nossa casa passou a funcionar como residência permanente da família de meu filho Miguel Teotónio Pereira.

Neste momento tão especial quero também congratular-me com a homenagem que é, finalmente, prestada a Jeremias da Conceição Dias, por mim reclamada em artigo publicado no Jornal Público em 10/10/1994, de quem tive o privilégio de ser amigo e admirador da sua luta incessante pela defesa do património de Marvão.


Marvão, 8 de Setembro de 2010
Nuno Teotónio Pereira"


Tiago Pereira, neto de Nuno Teotónio Pereira, lendo discurso do avô

O neto, Tiago Pereira e o filho, Miguel Teotónio Pereira, do arquitecto Nuno Teotónio Pereira

Fernanda Fernandes e o filho Tiago Pereira
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Arquitecto Nuno Teotónio Pereira homenageado pela Câmara Municipal de Marvão (1)


O arquitecto Nuno Teotónio Pereira foi no passado dia 08 de Setembro de 2010, feriado municipal, homenageado pela Câmara Municipal de Marvão, que lhe atribuiu a medalha de mérito Municipal.


Deixamos aqui, um breve Curriculum, do amigo de Marvão, Nuno Teotónio Pereira.

Nuno Teotónio Pereira nasceu em 1922, em Lisboa. É arquitecto diplomado pela Escola de Belas Artes de Lisboa. Tem desenvolvido a sua actividade em regime de profissão liberal, ainda que em simultâneo, durante cerca de vinte anos, com a de técnico de um organismo público ligado à habitação social, domínio em que adquiriu vasta experiência. Vários trabalhos saídos do seu atelier foram distinguidos com diversos prémios, entre os quais o Prémio Valmor. Em 2004 foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante, por altura de uma exposição retrospectiva realizada no Centro Cultural de Belém e que documentava a actividade do seu atelier ao longo de sessenta anos, denominada «Arquitectura e Cidadania».

Em 2003 foi doutorado “Honoris Causa” pela Universidade do Porto e em 2005 pela Universidade Técnica de Lisboa. No corrente ano, foram-lhe atribuídos a Medalha Municipal de Mérito, Grau Ouro, pela Câmara Municipal de Lisboa, e o Prémio Carreira da Bienal Ibero-americana de Arquitectura e Urbanismo. É sócio correspondente da Academia Nacional de Belas Artes e foi presidente do Movimento de Renovação da Arte Religiosa, da Cooperativa Cultural PRAGMA, do Centro Nacional de Cultura, da Associação dos Arquitectos Portugueses e do Conselho de Arquitectos da Europa.

No período do Estado Novo foi membro da Comissão Nacional de Socorro aos Presos Políticos e coordenador do jornal clandestino Direito à Informação, participou nas vigílias contra a guerra colonial da Igreja de S. Domingos e da Capela do Rato e no Boletim Anti-Colonial e foi preso várias vezes pela PIDE/DGS, tendo sido libertado de Caxias na sequência do 25 de Abril de 1974.

Em 1995 recebeu a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.

6 de agosto de 2010

Reunião da Câmara Municipal de Marvão de 4 de Agosto de 2010

Ao quarto dia do mês de Agosto de 2010 teve lugar a primeira reunião da Câmara Municipal de Marvão com o novo horário (início às 10h, de acordo com o edital que se anexa); esta decisão (alteração do horário das reuniões) tem como consequência afastar ainda mais os munícipes da vida municipal, retirando-lhes, em certa medida, um direito que está constitucionalmente garantido; julgar-se-ia ser o Executivo o primeiro interessado em promover a participação das populações na vida municipal - mas parece ser ao contrário.

Esta situação faz lembrar aquilo que, infelizmente, se passa no CLAS (Conselho Local de Acção Social), em que muitos membros das instituições se vêem impedidos de participar nas reuniões devido ao horário imposto. Mas não foi pela alteração do horário que o MporM deixou de estar presente, fazendo-se representar por Tiago Pereira.

No início da reunião foram apresentadas duas informações: a primeira que se prendia com a integração do Município de Marvão numa rede de Clusters do Alentejo e a segunda que tinha ver com uma providência cautelar.

O ponto seguinte foi, sem dúvida, aquele que esteve envolto em maior polémica na reunião, e dizia respeito à aquisição, por parte do Município de Marvão, de um pequeno prédio na Vila de Marvão; a respectiva proposta já tinha sido apresentada na reunião anterior, com base num preço de 5.000 €, não se tendo, todavia, concretizado, em razão de alguns erros subjacentes; nesta reunião, reapareceu a mesma proposta, mas agora tendo por base um preço de 13.000 €, o que causou alguma estranheza. O Presidente do Executivo logo se apressou em dizer que o facto de aquele assunto ter sido levado à reunião da Câmara se devera a um lapso de um funcionário; aqui se reproduz a afirmação do Presidente: o funcionário em causa “induziu o Engenheiro Luís [o vice-presidente] a assinar uma situação que não deveria constar em reunião de Câmara”.

Lamentável: se existem governantes políticos, eleitos, têm de ser eles a ser responsabilizados, e não os funcionários do Município. Este ponto foi, então, retirado da Ordem de Trabalhos da reunião.

De seguida, foi deliberado que, no Dia Internacional da Juventude (12 de Agosto), para além do programa levado a cabo pelo Município, existirão entradas gratuitas, nas duas piscinas do Concelho, para os jovens marvanenses.

O vereador Nuno Lopes fez duas perguntas, no final: onde estavam as actas no sítio do Município? E como seria feita, daqui para a frente, a alteração remuneratória dos funcionários da C. M. Marvão? Sobre a primeira pergunta foi explicitado o sítio onde estão disponíveis as actas das reuniões; acerca da segunda, o Presidente explicou que as subidas serão feitas de forma gradual, a fim de não provocarem uma grande responsabilidade orçamental para o Município.

No período reservado ao público, Tiago Pereira usou da palavra para, em primeiro lugar, repudiar a forma como o Presidente do Executivo fala, constantemente, do trabalho dos funcionários da Câmara; em segundo lugar, para solicitar esclarecimentos acerca das obras no Castelo de Marvão: quando irão arrancar, se os turistas poderão continuar a visitar o castelo e sobre a situação dos dois estabelecimentos que estão actualmente em funcionamento no Castelo. Relativamente a esta questão, o Presidente informou que a obra já foi entregue e que o empreiteiro pode a qualquer momento fechar o Castelo, interditando qualquer visita, de forma a iniciar as obras, as quais ocuparão todo o espaço, e sendo previsível que tal ocorra em Setembro.

Nesta reunião, para além da ausência de mais público, faltaram os vereadores José Manuel Pires e Madalena Tavares, dado se encontrarem em gozo de férias.



21 de julho de 2010

Sonhando a República - notas de leitura, por Pedro Sá (6)

Sonhando a República - notas de leitura, por Pedro Sá (5)

Sonhando a República - notas de leitura, por Pedro Sá (4)

Sonhando a República - notas de leitura, por Pedro Sá (3)

Sonhando a República - notas de leitura, por Pedro Sá (2)

Sonhando a República - notas de leitura, por Pedro Sá (1)

20 de julho de 2010

“Sonhando a República: notas de leitura” – síntese e fotos


Sonhámos a república em conjunto no dia 17 de Julho de 2010, na Casa da Cultura de Marvão, com uma brilhante apresentação e exposição de Pedro Sá. Este evento, promovido pelo Movimento por Marvão e que contou com a chancela da Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República, foi dinamizado de uma forma sublime pelo conferencista, que abordou em particular o período pré-republicano e os seus intervenientes, com especial incidência nas movimentações que ocorreram no norte alentejano.


A sala estava bem composta, e o período de debate foi animado e profícuo, sendo que, como seria de esperar, se falou de Carrilho Videira, e se lançaram propostas de trabalho futuras.

O Movimento por Marvão conta, se o seu orçamento assim o permitir, publicar um pequeno prospecto com a apresentação de Pedro Sá, no qual se reproduzirão todos os elementos apresentados na conferência.

Para aqueles que não puderam estar presentes, aqui ficam algumas fotos:



15 de julho de 2010

COMISSÃO NACIONAL DO CENTENÁRIO DA REPÚBLICA APOIA CONFERÊNCIA DO MOVIMENTO POR MARVÃO


Na sequência de contactos estabelecidos com a Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República, a Conferência organizada pelo Movimento por Marvão: "Sonhando a República: notas de leitura" por Pedro Sá, passa a contar com o apoio da referida Comissão, que autorizou o uso da sua chancela e respectiva divulgação no seu site.
O evento terá lugar no dia 17 de Julho de 2010 (Sábado), pelas 18:00 horas, no Auditório da Casa da Cultura de Marvão.

8 de julho de 2010

Convite - Conferência de Verão de Marvão


No ano em que se comemora o primeiro centenário da República Portuguesa quis o Movimento por Marvão contribuir com uma iniciativa de grande valia para o concelho de Marvão.

Este é o ano em que todos nós prestamos homenagem ao nosso passado, à nossa história e sobretudo aos princípios que se tornaram a base da sociedade em que hoje vivemos. Em todo o país decorrem actividades das mais variadas índoles e em todo o canto e recanto corre o sentimento que é obrigatório não deixar passar em branco uma data que é, acima de tudo, um marco da própria história de Portugal. É verdade que a história, essa, vivemo-la dia-a-dia, mas dias há em que devemos prestar um tributo ao que já vivemos!

Assim, não podíamos nós deixar de assinalar a importância do momento. Tanto mais que em Marvão cresceu um dos homens que, com o seu saber e os seus ideais de força, fez com que a sua presença fosse notada, conhecida e mais tarde recordada como uma figura distinta do período republicano. Referirmo-nos, pois, a José Carrilho Videira.
Desta feita, somos também herdeiros de um passado republicano, dimensionado à nossa medida é certo mas que constitui uma importante mais valia para o nosso concelho.

Com este espírito quisemos organizar uma conferência alusiva à temática:

“Sonhando a República, notas de leitura”, por Pedro Sá

O evento terá lugar no dia 17 de Julho de 2010 (Sábado), pelas 18:00 horas, no Auditório da Casa da Cultura de Marvão.


26 de junho de 2010

Uma reunião atribulada: Câmara Municipal reuniu a 16 de Junho de 2010


O Executivo camarário reuniu no passado dia 16 de Junho de 2010, numa das suas reuniões ordinárias. À primeira vista seria uma reunião normal, como em qualquer Município Português, sem surpresas, nem grandes novidades.

Mas o “nosso” Executivo, tirando as excepções que a seguir enunciaremos, pauta-se por uma falta de qualidade e respeito para com os Munícipes, sobretudo aqueles que estavam a assistir à sessão, entre os quais Fernando Gomes e Gonçalo Monteiro que integram o Movimento por Marvão.

Falta de respeito porquê?
(I) Porque a reunião começa com 15 minutos de atraso, não tendo sido, ainda assim, a situação mais grave neste aspecto; (II) com o público já presente, logo às 15 horas, somos informados e bem, que a Vereadora Madalena Tavares chegaria mais tarde devido a problemas de última hora; (III) o Presidente teria ido ao tribunal; (IV) o Vereador José Manuel Pires estava de férias. Concluímos que o Vereador Nuno Lopes estaria presente, e que o Vice-Presidente da Câmara, Luís Vitorino, que nunca fala mas que escreve belas declarações de voto, deveria estar a chegar…mas no decorrer da reunião a “festa” continua, uns metem a cabeça debaixo da mesa para falar ao telemóvel, outros viram-se para o lado. Haja paciência! Haja respeito!

Bom seria, que as horas da reunião permitissem uma maior assistência da população de modo a constatarem o que aqui descrevemos. Uma falta de respeito.


Mas vamos ao que interessa:
Como é do conhecimento geral, vários membros do Movimento por Marvão, têm assistido e intervindo em várias reuniões da Câmara, onde muitas vezes tem feito propostas, de forma responsável, propostas essas que visam o bem comum, tendo em vista o desenvolvimento do Concelho de Marvão.

Nesta reunião o MporM, através de Fernando Gomes e Gonçalo Monteiro, teve oportunidade mais uma vez de intervir e questionar o Presidente da Câmara Municipal de Marvão, Vítor Frutuoso, destacando-se o seguinte: (I) Tendo o Movimento por Marvão, durante a manhã, visitado as obras do Ninho de Empresas em Santo António das Areias quisemos saber para quando o fim das obras; (II) questionámos ainda sobre a evolução da marca “Marvão” e o que se está a fazer para a potenciar; (III) sobre a “nova” Cooperativa Agrícola e Florestal do Porto da Espada, quem a constitui e qual o envolvimento da Câmara Municipal?

Na intervenção tivemos ainda oportunidade de apresentar mais uma proposta do Movimento por Marvão, sobre o Ninho de Empresas de Santo António das Areias, proposta essa intimamente ligada às “Marcas de Território”, e que daremos conta em próxima nota.

Em resposta às nossas perguntas, ficámos a saber, e aqui divulgamos, que:
(I) A obra do Ninho de Empresas termina no espaço de um ano e também será instalado no local um Gabinete de Apoio à Criação de Empresas;

(II) Sobre a marca Marvão o executivo diz que está em curso, que é um processo dinâmico; evolui passo a passo (diremos nós que a montanha pariu um rato);

(III) Sobre a Cooperativa Agrícola de Cerealicultores do Porto da Espada, cuja insolvência foi anunciada, parece que renasceu como Cooperativa Agrícola e Florestal do Porto da Espada, mas o Presidente da Câmara diz que não considera importante os aspectos legais. O que lhe interessa é que a Cooperativa o seja de todo o Concelho, que os cooperantes sejam tratados de forma igual; aponta como cenário possível a cedência de uma carrinha para retomarem o circuito de distribuição, que em tempos já existiu, mas descarta a possibilidade de apoios financeiros; e informou que há vários projectos em curso (ficámos sem saber que tipo de intervenção teve a CMM neste desfecho).

Nesta reunião, importa referir que o Movimento por Marvão, apoiou uma proposta do Vereador eleito pelo Partido Socialista, Nuno Lopes, para a criação de uma Comissão de Acompanhamento dos processos de revisão de diversos planos de ordenamento, desde o do Parque Natural, ao PDM e outros que venham a surgir, como forma de ampliar o debate em torno destas matérias tão importantes para o desenvolvimento do Concelho.

4 de junho de 2010

Nota de Imprensa n.º 03 de 2010 - Câmara Municipal de Marvão reavalia processo de venda da "Coutada"

Câmara Municipal de Marvão reavalia processo de venda da “Coutada”


O Vereador eleito pelo Partido Socialista - Nuno Lopes, a Vereadora eleita pelo do grupo de cidadãos independentes “Juntos por Marvão” - Madalena Tavares, a concelhia do Partido Socialista, e o Movimento por Marvão, vêm desta forma manifestar a sua revolta e indignação em relação ao processo de venda do prédio rústico “A Coutada”.

Este terreno de 45 hectares situado na encosta de Marvão é um elemento marcante do património do Concelho, integra uma grande parte da Calçada Romana que liga a Portagem a Marvão e é desta forma um garante da nobreza natural da Encosta.

Na nossa perspectiva, a venda deste terreno é um atentado ao património do Concelho, uma vez que, a partir desse momento, Município e Munícipes ficarão sem qualquer poder de intervenção relativamente à protecção da encosta de Marvão. Esta proposta de venda da “Coutada”, apresentada em reunião de Câmara, nasceu da iniciativa do executivo em funções e motivou naturalmente o voto contra do Vereador Nuno Lopes e da Vereadora Madalena Tavares, bem como, mereceu o repúdio público do Movimento por Marvão. O Presidente Vítor Frutuoso justificou a venda, argumentando que o terreno está incluído na Reserva Ecológica Nacional e no plano de ordenamento do Parque Natural; motivos esses, que no seu entender, o levam a concluir que seja pouco provável que se venha a construir naquele espaço.

Todos sabemos que isso não é verdade, já foram feitas excepções em Marvão que causaram muita polémica e grande revolta na população. No entendimento do PS, Juntos por Marvão e Movimento por Marvão, a Câmara deveria procurar proteger o património do Concelho, para que se não sucedam mais atentados à singularidade do Concelho, tal como aconteceu com o Aldeamento do Golfe, e mais recentemente com as novas instalações do Parque Natural da Serra de S. Mamede, que foram desafectadas, de um dia para o outro, da Reserva Agrícola Nacional.

Desta forma, vimos exigir que o Executivo reconsidere a decisão de colocar à venda o património que a todos os munícipes pertence, e que é fundamental para o desenvolvimento sustentável do Concelho. Exigimos que seja anulada esta proposta irresponsável, que põe em causa o futuro do Concelho e a beleza que todos lhe reconhecemos; já noutras situações, como é o caso do subsídio à Associação Comercial de Portalegre, da constituição da Sociedade Anónima de Capitais Mistos e do projecto “Novos Povoadores”, e perante os contributos da oposição, o Executivo tomou uma atitude de bom senso, alterando as suas propostas.

Esta, mais do que outras, merece uma resposta idêntica, em prol das gerações futuras, e da conservação do património histórico e natural do Concelho. Merece, acima de tudo, uma reflexão sobre as consequências da sua aprovação, e efectiva concretização, auscultando os munícipes e os interesses destes, de forma a evitar consequências irreparáveis na identidade deste concelho.
Este texto nasce de uma reflexão conjunta do PS, Juntos por Marvão e Movimento por Marvão, que numa atitude de cidadania e defesa do interesse público, vêm exigir que a Câmara Municipal anule o processo de venda da Encosta de Marvão.

29 de maio de 2010

Movimento de pessoas contra a venda da encosta de Marvão a privados!


Foi publicado o edital para venda do prédio rústico a "Coutada", terreno esse que constitui uma parte substancial da encosta de Marvão, onde está inserida, também, uma grande parte da Calçada Romana.
Perante este cenário, temos que travar este processo. A venda será consumada no dia 16 de Junho em sessão pública.

Nas palavras do Sr. Presidente não há qualquer problema na venda deste prédio visto que “a zona onde se insere a «Coutada» é uma zona protegida abrangida pela Reserva Ecológica Nacional e ainda pelo Plano de Ordenamento do PNSSM. Tratando-se de uma zona de protecção, não espera que o eventual investidor venha a construir nesse prédio”.

Neste sentido lançamos duas perguntas: quem é o investidor inocente que está disponível para comprar este terreno sem ter qualquer tipo de permissão para construir? Com o terreno onde nasceu o aldeamento do Golfe não se passava exactamente a mesma coisa?

Adira e divulga este grupo.
Não à venda do património que pertence a todos os habitantes do Concelho de Marvão.

29 de abril de 2010

Nuno Teotónio Pereira, o amigo de Marvão, Homenageado pela Câmara Municipal de Lisboa


Foram muitos os amigos, colegas e admiradores do arquitecto Nuno Teotónio Pereira que, no dia 27 de Abril de 2010, assistiram, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, à cerimónia da entrega ao ilustre cidadão, pelas mãos do presidente da Câmara, da maior distinção municipal.


Perante um Salão Nobre dos Paços do Concelho repleto de familiares, amigos, colegas, discípulos e admiradores - para além de diversos membros da Vereação lisboeta e da presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Simonetta Luz Afonso - o arquitecto Nuno Teotónio Pereira recebeu das mãos de António Costa, presidente da CML, a maior distinção municipal (a medalha de Mérito Municipal, Grau Ouro), assim se concretizando a deliberação camarária de 3 de Março passado. A cerimónia - que, a pedido do homenageado, se pretendia tão discreta quanto possível - decorreu no dia 27 de Abril, precisamente 36 anos depois da sua libertação, na sequência da Revolução de 25 de Abril de 1974, do presídio de Caxias, onde se encontrava na qualidade de preso político às ordens da PIDE-DGS.


Depois da exibição de um documentário biográfico sobre o homenageado, produzido pela Videoteca Municipal, João Belo Rodeia, que preside à Ordem dos Arquitectos, evocou o exemplo do arquitecto Nuno Teotónio Pereira, que considerou ser "um dos mais paradigmáticos arquitectos portugueses e uma das mais destacadas personalidades da Arquitectura", e apodando o seu atelier de "verdadeira escola". Tendo recordado alguns dos principais trabalhos que catapultaram a obra do arquitecto Teotónio Pereira para o conhecimento público, o responsável pela Ordem dos Arquitectos aludiu também à "dimensão cívica imparável" do distinguido, hoje com 88 anos, quer na promoção do associativismo dos seus pares, quer como pioneiro das causas ambientais, quer na promoção de uma arquitectura humanizada e de um urbanismo social, quer, ainda, na intervenção política, destacando-se em todas estas dimensões da sua actividade como um cidadão "inconformado e generoso".


Depois de receber das mãos do presidente da Câmara, António Costa, a Medalha com que foi distinguido, o arquitecto Nuno Teotónio Pereira agradeceu a homenagem, "não porque sentisse o merecimento mas com o orgulho que é o orgulho por Lisboa - uma das mais belas cidades do mundo". O homenageado confidenciou ter sido ainda na infância, durante longos passeios pelos bairros da cidade, na companhia do pai, que aprendeu a amar Lisboa. Depois, recordou, já quando estudante de Arquitectura na Faculdade de Belas Artes, teve ocasião de aprofundar esse amor em novos passeios, tendo por guia os diferentes fascículos das "Peregrinações Por Lisboa", de Norberto Araújo. Não mais deixou de acompanhar a grande produção de estudos dedicados à História de Lisboa, tradição que se mantém na actualidade com a edição de novos e qualificados títulos, conforme regista com agrado (de facto, Lisboa é exemplo único no Mundo enquanto fértil fonte da historiografia, levando à autonomia da disciplina da História que é a Olisipografia).O arquitecto teve ainda ensejo de lembrar a extensa colaboração que manteve com a Câmara Municipal de Lisboa ao longo da sua vida profissional, sempre com o intuito de "tornar a cidade mais rica". Nuno teotónio Pereira terminou constatando que "estamos hoje perante uma Câmara decidida a levar por diante o que falta à cidade, como o Plano Local de Habitação, a reabilitação urbana e o repovoamento da cidade, para que Lisboa seja ainda mais bonita". No final, o arquitecto ofereceu ao presidente da Câmara, António Costa, uma colecção de artigos e outros trabalhos escritos de sua autoria que se conservam inéditos.


A encerrar a cerimónia, o presidente da CML, António Costa, justificou a atribuição da Medalha de Mériot Municipal, Grau Ouro, a "este arquitecto tão premiado e homenageado" pela simples constatação de que lhe "faltava esta distinção, como um grande e merecido agradecimento da cidade". António Costa referiu-se à Arquitectura como "a arte mais presente na nossa vida quotidiana" para, depois de evocar alguns dos trabalhos mais emblemáticos do arquitecto agraciado espalhados pela cidade, sentenciar que a Arquitectura "hoje é melhor e nela está a marca de Nuno Teotónio Pereira, que, com o seu trabalho, deixou a cidade mais rica e mais bonita". Para além dessa marca profissional, o autarca aludiu ainda a outras relevantes intervenções cívicas de Nuno Teotónio Pereira, nas áreas do associativismo, das inquietações sociais e humanistas nos campos da Arquitectura e do Urbanismo e da luta política pela Liberdade.


Com a colecção de escritos inéditos de Teotónio Pereira na mão, oferecidos pelo autor, António Costa asseverou que a Câmara não deixará de patrocinar a sua edição - o que foi acolhido com satisfação por todos os presentes dado que, para lá de acto de justo merecimento, a voz sábia de Nuno Teotónio Pereira continua suscitando o maior interesse.

29 de março de 2010

MOVIMENTO POR MARVÃO MARCOU PRESENÇA NO JANTAR DE ABERTURA DA 5ª QUINZENA GASTRONÓMICA DO CABRITO E DO BORREGO NA BEIRÃ - MARVÃO


O Movimento por Marvão participou, no dia 27 de Março, no jantar de abertura da 5ª quinzena gastronómica do cabrito e do borrego, organizada pela Câmara Municipal de Marvão, no antigo Restaurante da Estação de Caminhos de Ferro da Beirã-Marvão.

A lareira acesa aconchegava o bonito espaço para o que viria a ser um excelente jantar.

Um grande jantar... Muito bem feito e servido pelo Restaurante "Varanda do Alentejo".



Sopas de sarapatel

Cabrito de Cachafrito

A sobremesa, o arroz doce comemos antes de fotografar...

Jorge Alberto, Célia Tavares e Fernando Gomes do Movimento por Marvão


4 de março de 2010

Uma caçadora de meteoritos em Marvão


A investigadora Vera Assis Fernandes que tem há uns anos a esta parte uma forte ligação com o Concelho de Marvão está de volta de mais uma expedição aos meteoritos pelas gélidas paisagens da Antártida. A cientista portuguesa concluiu mais uma frutífera viagem, ao serviço da ANSMET (The Antarctic Search for Meteorites 2009-2010, (http://humanedgetech.com/expedition/ansmet0910/), de recolha e selecção de mais de mil amostras de objectos extraterrestres nos campos de neve deste continente. A Vera é um dos seis especialistas nesta área de investigação e o seu trabalho é de um extraordinário relevo, colocando Portugal no mapa das mais altas esferas científicas mundiais; os golos que marca são brilhantes, mas acertar na baliza da Ciência ainda não despoleta parangonas na nossa comunicação social. A crise que agora vivemos é também de critérios e de valores humanos. Temos uma riqueza maior, a nossa capacidade intelectual; esta mais-valia ainda não frutifica entre nós; dá-se pouca importância ao domínio do Conhecimento, faz-se quase nenhum exemplo da excepcionalidade das pessoas que, tal como a Vera, com a sua coragem e brilhantismo, espalham pelo Mundo a melhor imagem que Portugal pode de si mesmo dar: a de um Povo que contribuiu decisivamente, no passado, não só para descoberta e compreensão da Terra, mas também, no presente, para a descoberta e compreensão do que existe para além do nosso Planeta!

É uma honra para o Movimento por Marvão ter um membro seu na vanguarda da investigação a nível internacional, bem como deve orgulhar todo o Concelho que tem aqui, uma importante contribuição para o estudo e compreensão destas disciplinas.

20 de fevereiro de 2010

Reunião da Câmara Municipal de Marvão de 17 de Fevereiro de 2010


A reunião ordinária da Câmara Municipal de Marvão que ocorreu no dia 17 de Fevereiro de 2010 teve lugar no Salão Nobre do Município, e contou, entre outras pessoas, com dois membros do MporM – Gonçalo Monteiro e Tiago Pereira.A reunião começou com algumas alterações e correcções ao Orçamento para 2010. Pedimos desculpas por não transcrevermos aqui todas as alterações que tiveram lugar, mas, como já dissemos anteriormente, o público não tem qualquer tipo de informação sobre os assuntos que são votados em reunião de Câmara.

De seguida, foi feita uma proposta para a nomeação dos novos membros do Conselho Municipal de Educação, o qual será constituído exactamente pelas mesmas entidades de que dispunha anteriormente.O terceiro ponto, que se prendeu com a proposta de constituição de uma sociedade anónima de capitais mistos na qual o município terá posição minoritária, foi uma autêntica trapalhada, ao jeito de outras. Antes de irmos ao cerne da questão, deve-se dizer que esta proposta foi outra vez “para trás”, por conter erros técnicos, o que revela a forma irreflectida como está a ser tratada. A discussão começou com mais uma importante intervenção do Vereador Nuno Lopes, que voltou a questionar o executivo e a técnica da Câmara Municipal responsável por este processo relativamente ao facto de a proposta não incluir um custo base, à posição minoritária, e a alguns procedimentos descritos; em resposta ao Vereador, a técnica da Câmara Municipal de Marvão gelou a sala ao dizer que ela própria tinha dúvidas em relação à legalidade da proposta; não obstante, o Presidente do Município reafirmou que aquele era um procedimento legal, visto outros municípios seguirem essas fórmulas empresariais, e que este tipo de “escaramuças” só iria atrasar o processo, que está sujeito à candidatura ao PROHabita.

Depois de uma discussão acesa, chegou-se à conclusão de que a proposta deveria conter um direito de reversão, explícito, para a Câmara Municipal de Marvão, e que deveria também conter um preço base, calculado através das tabelas do IHRU (Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana). Depois de se ter generalizado o consenso em torno dos detalhes anteriores, o Vereador Nuno Lopes apresentou uma proposta que visava a necessidade daquela proposta de constituição de uma sociedade anónima de capitais misto ser objecto de um parecer jurídico, ao que o vice-presidente Luís Vitorino respondeu intempestivamente, afirmando ser claramente contra aquela proposta apresentada pelo Vereador Nuno Lopes, a qual, segundo ele, só iria retardar o processo; depois de algum diálogo entre os membros do executivo, foi verificada a necessidade de recorrer, de facto, ao parecer de um jurista em relação àquela delicada proposta, contrariando assim a inoportuna declaração do vice-presidente.

Estas peripécias, e estes sucessivos avanços e recuos, demonstram a forma leviana como o executivo camarário tem gerido este processo, o que poderá ter consequências gravíssimas para o Concelho de Marvão; aguardamos, então, expectantes, um parecer jurídico sobre a legalidade da proposta, ainda que receosos de que não terá qualquer opinião valorativa relativamente à opção política de a Câmara ficar em posição minoritária na empresa que será criada.Seguiram-se os seguintes assuntos: um ofício da Junta de Freguesia de Santa Maria de Marvão relativamente aos CTT, a aprovação de três processos concursais e o subsídio de transporte à CERCI de Portalegre. No capítulo das informações, o Presidente referiu, uma vez mais, as dificuldades que o município tem em captar investimento na área do turismo, em razão de uma grande parte do Concelho estar inserida na Reserva Ecológica Nacional. Adiantou, também, que participou em mais uma reunião da candidatura conjunta a Património Mundial.No período da intervenção do Público, Tiago Pereira questionou o executivo acerca da falta de coerência na comunicação externa da Câmara (dado estarem ainda a circular notas de imprensa com o antigo design) e inquirindo acerca do ponto da situação do tão aguardado projecto “Novos Povoadores”. A estas questões, respondeu o Vereador José Manuel Pires, tendo dito que aquilo que se prendia com a nota de imprensa ia ser alterado em próxima ocasião, e que a empresa que gere o projecto “Novos Povoadores” não ficou muito agradada com as alterações que foram aprovadas em Assembleia Municipal (curiosamente, propostas por um deputado do PSD) e que esse facto tem atrasado ligeiramente o processo.